Bom dia a todas e a todos, compartilho mais uma produção escrita fruto da tese, a 10° e provavelmente última: o artigo “Medical organization doctors and policy communities’ influence over Brazilian Health Workforce Policies”, com versão também em português e acessível aqui.
O artigo analisa a influência dos médicos, como ator social, na produção da Política para a Força de Trabalho em Saúde no Brasil, especialmente a partir de 2003, quando assume a direção do Ministério da Saúde (MS) um grupo interessado em fazer o SUS ordenar essa política, mas sofre a resistência das organizações médicas.
Trata-se de um estudo de caso que utilizou o process tracing como metodologia, documentos e entrevistas como fontes, e o Neoinstitucionalismo como recurso teórico.
Os principais resultados são a identificação de um longo período de estabilidade na política (1960-2002), devido à atuação da Comunidade de Política Defesa da Medicina Liberal (CP-M Liberal). A análise de um período (2003-2009) no qual houve tentativa de mudança por parte da direção do MS, mas sem sucesso naquilo que sofria a oposição da CP-M Liberal; de um período no qual essa estabilidade foi rompida (2010-2016); e, por fim, de um período no qual foi restaurada a estabilidade em favor da CP-M Liberal, revertendo diversas mudanças feitas no período anterior.
Porém, tampouco esta comunidade de políticas, a em defesa da medicina liberal, conseguiu implementar suas propostas que sofriam a oposição dos demais atores que influenciam a política, como o movimento sanitário e a comunidade que defendia a regulação pelo mercado, fazendo com que a estabilidade tendesse à reprodução do status quo.